Neste mês de novembro tivemos alguns desfechos na vida política em todo o mundo, inclusive aqui no nosso próprio quintal, que nos fazem no mínimo refletir: Vivemos realmente em um mundo livre e democrático, de escolhas e pensamento? Os fatos que citarei são os indutores dessa reflexão.
O primeiro e talvez o mais importante deste mês, foi o fato de o povo Grego não poder escolher seu caminho, através de um plebiscito, sugerido para que aquela nação definisse qual a melhor saída para a crise que sufoca e massacra toda a Grécia. Numa demonstração de arrogância, poder e um intrínseco jogo de interesse de poucos, que dominam o setor político-financeiro do mundo, não permitiram que fosse decidido pelo povo, por conseguinte, os maiores interessados em dar solução ao flagelo que assola seu país e suas vidas e o berço da democracia foi alvo de um golpe anti-democrático nunca antes visto naquela região Européia.
O segundo fato diz respeito aos Estados Unidos, que se consideram hoje os baluartes da democracia no mundo, no entanto, não permitem ao seu próprio povo se manifestarem contra uma crise sem precedentes que está levando a sua nação à bancarrota, devido a uma política equivocada de condução da economia, já mais que provada que não dá certo em nenhum lugar do mundo, reprimindo-os com a mais dura das repressões, tratando seus pares como se fossem bandidos da pior espécie, sendo que eles são apenas vítimas de seus próprios equívocos.
Aqui no Brasil, setores da imprensa que possuem praticamente o monopólio das comunicações, ao invés de noticiar os fatos, acusam e julgam, sem ao menos apresentar provas concretas do ocorrido e também sem permitir que os apontados tenham seu direito de defesa garantido. Os meios de comunicação são concessões públicas, portanto deveriam estar a serviço do público, além de serem neutros em suas opiniões, deixando à sociedade a avaliação e julgamento.
Outro fato, localizado em um município gaúcho, Gravataí, mas não menos importante, fez com que apenas dez pessoas escolhessem uma pessoa para governar uma cidade de mais de 300 mil habitantes, qual o direito de escolha que teve essa população toda?
O mais incrível disso tudo é que a própria democracia permite que isso ocorra, leis foram criadas dando legitimidade a esses fatos, nada disso foi feito à revelia da lei, portanto não pode ser considerado legalmente de golpe ou de ter sido um atentado à democracia.
Por incrível que pareça, é democrático ser antidemocrático.
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